terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pump it up, Capitão Willem!

Na semana passada, uma mocinha muito querida, a Luna, me pediu pra indicar um som “easy listening” australiano. Eu jurava que conhecia alguma coisa assim. Mentira! Só lembrei de AC/DC, Men at Work, Silverchair, Airbourne, Wolfmother (que eu levei um século pra começar a ouvir), Midnight Oil e Kylie Minogue. Até nem é importante do que eu me lembrei (porque eu também esqueci do Triffids), mas o fato é que eu não poderia indicar nada que se encaixasse como “easy listening”. Talvez até, se indicasse canções do veterano Colin Hay, na sua carreira solo. Ficou claro, contudo, que eu ia ter que saber o que mais há de bom pra se ouvir por lá - ou de lá. (Até porque a mocinha perguntou de novo na segunda-feira).

Pois muito que bem: como é sabido, eu não sei lhufas de música e acho especialmente difícil entender categorias. O Sam que o diga: raro eu sei comparar as bandas pra dizer “parece com isso”. Aí imaginei que folk rock ia ser bem fácil de escutar, de levinho... Dois dos maiores expoentes da música folk/folk rock australiano são a Bushwackers Band, em atividade desde 75, e a Redgum, que acabou em 1990, depois de 17 anos. Os primeiros são tradicionais, puxam pra música celta, bem típica da antiga “metrópole” (e região). No repertório, os caras têm até canções tradicionais como Billy of tea, que tem a cara de canção de boteco irlandês. Também tem belezas assim, repletas de diversão. A Redgum é engajada. Tem momentos tradicionais, típicos do folk australiano - de influência celta, germânica e até aborígene - mas tem momentos como The Diamantina Drover. Fiquei apaixonado com o som dos caras nessa música aqui, mas já tinha ficado impressionado com o bom humor e a pegada política de Servin' USA: os caras se apropriam de Beach Boys pra descer o sarrafo no Malcolm Fraser que era unha e carne com o Jim Carter.

Não era isso que Lulu queria! Então eu continuei procurando. Imaginei que ia ser bom achar algo mais atual. Cheguei no SFK - Something for Kate, que tem uma baixista que é jóia! É uma banda formada em 1994 que é menos influenciada pelo grunge do que o Silverchair e menos melosa que o Savage Garden. Gostei de California e Oh, Kamikaze, mas o Desert Lights é todo ele bem bacana.

Mais recente ainda, em termos de formação, de que gostei há Jet e Vines. Vines até andou estourada na MTV, eu acho. Quando fui ouvir ontem, descobri que conhecia essa aqui e essa aqui. Particularmente, acho muito sem surpresa. É um som muito legal mas parece um monte de coisa que andou estourada por aí no começo da primeira década desse século. O pedido de Lulu acabou por ser melhor atendido com Jet. Não é nada muito diferente também, mas olha só que beleza de easy listening. Me lembrou muita coisa que nem é bom enumerar pra não arriscar perder crédito com quem lê. Apesar de melosas desse tipo (que tenho certeza de que Carol vai adorar), o álbum com que primeiro esbarrei tem outras levadas como Get me outta here, afinal a gente tá falando da terra do AC/DC. Pra quem quiser descobrir junto, escuta esse disco aqui e depois marca onde a gente troca figurinha. O Outback parece uma excelente pedida - sem jabá. Era só uma piadinha... Ah! Vocês entenderam.

Missão cumprida, Luna?

NOTA: Australianos no Jamendo
Procurando por australianos eu, naturalmente, dei um pulo Jamendo.com que é um serviço sensacional e, como diria o Kopit, um fidedigno panorama do que se produz musicalmente mundo afora, e encontrei dois que julguei dignos de nota: Grant Siedle e Yves Klein Blue.

3 comentários:

  1. do meu ponto de vista até mais que.
    vamos ver se a minha aluna que só gosta de mpb vai curtir alguma.
    aí sim, estrelinha pra você!
    um beijo. e muito obrigada =)

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  2. Depois me conta então! Foi um prazer!

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  3. E o quanto é difícil arrumar a discografia do Redgum heim? =p

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